Vários sentimentos me deixam com vontade de escrever, a dor é um deles. E quando ele surge eu espero que vá desaparecendo a cada palavra que eu escrevo. Sempre fico achando que escrever nesses momentos tem a característica de acalmar e a falsa ilusão de compartilhamento (apesar que em um blog, de repente, não seja falsa!).
Como é engraçada essa vontade de compartilhar coisas ruins. Será que eu penso que quanto mais dividir, vou ficando com uma porção menor desse sentimento ou será que eu penso que vou encontrar alguém que sofra do mesmo mal ou ainda, alguém que tenha um mal pior e me conforte? E quando compartilho coisas boas, o que eu espero? Deve ser multiplicá-la! Essa matemática não me deixa...
Sei que a dor já foi e não sei se dessa vez, por escrever ou reler e achar graça das bobagens que penso e tenho coragem de organizá-las em parágrafos!
A minha dor veio do verbo que eu acredito ser o mais difícil da humanidade: aceitar! Querer aceitar tudo e de todos é causar o caos e não querer aceitar nada de ninguém é viver só. Filosófico, não? Acredite, estão vindo pensamentos melhores na minha cabeça do que esse, só tenho preguiça de organizá-los para que possam ser entendidos!
Acordei cedo
Fiz merenda para dois
Não dirigi
Notícias
Vi estudo sobre comer rápido
Trabalhei muito
Hora extra esperando
Dirigi
Quase mato um (um?)
Fiz janta para dois
Perguntei sobre gastrite e refluxo
Expliquei porquê
Arrumei a cama para um
E descobri que o pior sentimento vem quando me sinto sozinha mesmo sabendo que na verdade não estou! Quando acho ser pouco e não muito, quando não entendem e acham que eu também não, quando me sinto cansada e fraca por não conseguir segurar nenhuma lágrima de raiva ou tristeza, por não conseguir falar e só escrever, querer falar e ter medo, por saber que não está sendo difícil só para mim e mesmo assim, a divisão não acontece, parece que multiplica e é fatorial!
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